Congresso Sustentável 2009

Itaú Unibanco promove debate sobre sustentabilidade e gestão de recursos em mercados emergentes

14/01/2006 15:09

 

 

O desafio dos países emergentes de promover o desenvolvimento e ao mesmo tempo adotar uma postura sustentável com relação ao meio ambiente foram o principal tema do 5º Sustentabilidade em Pauta, workshop promovido na manhã desta quarta-feira pelo Itaú Unibanco, no Instituto Itaú Cultural, em São Paulo. Na ocasião, o professor titular do Departamento de Economia da FEA/USP, Ricardo Abramovay, e o responsável pela área de Renda Variável do Itaú Unibanco, Walter Mendes, discutiram as mudanças que o planejamento econômico passa nesse início de século e as oportunidades geradas por este cenário para empresas de países emergentes.

De acordo com o professor Ricardo Abramovay, já existe uma conscientização de que o modelo de desenvolvimento adotado no passado – baseado em grandes obras de engenharia, na industrialização pesada e na utilização maciça de combustíveis fósseis – está superado. “Até a China, que nos últimos anos mostrou ao mundo um ritmo de industrialização bastante acelerado, já começa a repensar seu modelo, ciente de que ele não é sustentável”, ponderou.

Nesse contexto, o Brasil estaria em um momento crucial, no qual deve decidir sobre o modelo que irá empregar. “Se encararmos as mudanças climáticas apenas como um problema ligado à emissão de poluentes, continuaremos utilizando o modelo empresarial do século passado, que não dava atenção ao aspecto da sustentabilidade de forma mais ampla”, alertou. No entanto, Abramovay ponderou que há alguns sinais positivos no horizonte. A recente manifestação de empresários pedindo que o Brasil se comprometa em seguir as metas de emissão a serem fixadas na conferência que acontece em dezembro deste ano em Copenhague (Dinamarca) e as declarações de representantes do governo brasileiro dando conta de que o Brasil estabelecerá metas de redução de gases até 2020 são exemplos. “A responsabilidade pelo aquecimento global não é só dos países ricos. É de todos”, afirmou, completando que o planejamento econômico mundial passa por uma transformação revolucionária cujo sentido é fazer do meio ambiente não um problema ou um limite e sim o eixo em torno do qual se articulam cada vez mais as decisões de atores públicos, privados e associativos.

Já a apresentação de Walter Mendes mostrou o expressivo aumento no número de fundos que selecionam seus ativos por critérios de responsabilidade socioambiental – que, segundo dados do Social Investment Forum Foundation, apresentaram nos EUA entre 1995 e 2007 altas de 372% (em volume de produtos) e de 1.583% (em total de ativos). Ao final daquele ano, os recursos geridos sob esses critérios já representam 10,8% do total de recursos administrados profissionalmente no mercado norte-americano. “Nos mercados emergentes, Brasil e África do Sul se destacam em termos de investimentos socialmente responsáveis. Aqui, esses fundos já contabilizam um patrimônio de R$ 833 milhões”, ponderou, ressaltando que o interesse dos investidores estrangeiros por esse tipo de produto tende a aumentar. “Os critérios mais utilizados para seleção de investimentos socialmente responsáveis nos mercados emergentes são governança corporativa, práticas de respeito ao meio ambiente e exclusão de produtos socialmente nocivos, como álcool, fumo e armamentos. Contudo, ainda são encontrados obstáculos nesses países devido à falta de transparência das empresas em questões ligadas ao tema, cultura empresarial e falta de pesquisa relativa a essas questões”, disse.

Fonte: Comunicação Corporativa Itaú Unibanco

https://www.portogente.com.br/texto.php?cod=24345

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